segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

TERRA MADRASTA - POESIA

USINA_DE_LUZ___1929

Usina de energia elétrica - 1929
Autora: Celene Fernandes

Nunca quis te contar assim

mas, hoje analisando tudo que

passou, não tenho palavras

melhor para definir-te

ll

Nasci e cresci nas tuas ruas

foram tantas lutas e batalhas

não vencidas, que a cada dia

que chega ao fim, vejo o

quanto é difícil levantar

outra vez.

lll

Lembro da infância inocente

uma vida de sonhos, uma

vontade louca de vencer e a

certeza que um dia “aqui”

seria feliz

lV

Cresci aprendendo a te amar

através das inúmeras declarações

de “amor” que minha mãe fazia

para você

V

Mas…

com o passar dos anos, até o

simples fato de te homenagear foi

ficando sem sentido, é difícil

olhar para trás e ver que ao teu

lado as tristezas superam as

alegrias

Vl

E hoje vivenciando essa terrível

“realidade”, busco desabafar um pouco

para tentar minimizar essa grande

mágoa e dizer-te que vou procurar

uma “terra mãe”

RETRATO DO BRASIL - POESIA

Autor: Rui Sá Chaves

Homem na rede

Com fome caminha a criança carente

Sem ânimo o mendigo estende a mão indolente

 Garoto desocupadoSem norte o jovem se droga inutilmente

Desempregado se marginaliza facilmente

Operário faz greve descontente

Sem-terra invadem fazendas solenemente

Professor se envergonha do salário indecente

Fila na Caixa Econômica

Médico e bisturi matando impunimente

Religião e politica petrificando mente

A casa própria ruindo pesadamente

Água, terra e ar poluídos sistematicamente

Dona de casa engolida pelo supermercado onipotente

Favelado morrendo a míngua e pela arma do tenente 

Idoso sofrendo discriminação eternamenteDesocupado deitado

E os três laços de “Montesquieu” cada dia mais incompetente

Indiferente… Bispo, Ministros e Presidente

… Retrato de uma sociedade doente!

 

A IARA

Autor: Lemos, José

P1000263

Um boto e uma Tartaruga

Há muitos anos passados existiu quase em frente ao estabelecimento comercial do senhor Manuel Oliveira Lamarão, instalado na parte sul do majestoso prédio do Mercado Municipal no inicio da Rua Fileto Pires com a Avenida 15 de Novembro um quiosque de madeira cujo proprietário teve o cuidado de colocar ao lado do seu comercio uns bancos para descanso de seus fregueses, na maioria composta de catraieiros, marítimos, carregadores, valentes e desocupados: os quais entre um gole e outro contavam suas façanhas vividas na terra, no mar e até no ar.

Uns histórias de amor felizes outros de dores e sofrimentos invocando na maioria das vezes as figuras lendárias do boto, cobra grande e da Iara.

Certa vez quando ia comprar peixe no Mercado me aproximei daquela reunião e pude ouvir de um pescador já velho e alquebrado a seguinte história:

Não julgue meus amigos ser contos de fadas a existência da Iara. Ela existe eu já a vi com esses olhos que a terra fria há de comer. Voltava de uma pescaria no inicio da madrugada quando defrontando uma praia próximo á minha casa avistei uma jovem de cabelos longos, nua, banhando nas águas prateadas pelo clarão límpido da lua. Ela nadava e em seguida ia deitar-se na areia de barriga para cima como um convite ao pecado.

Naquele tempo não era o velho de hoje. Era um moço forte e cheio de coragem. Silenciosamente me aproximei da margem e encostei a canoa um pouco afastado do local e como um animal selvagem fui me arrastando pôr entre as oiranas, alheio ao perigo de uma picada de cobra ou outro inseto não menos venenoso. Minha emoção era tão forte que pôr várias vezes fiquei como flutuando numa outra dimensão. Senti o mundo girar em torno de mim a vista escurecer. O motivo estava a pouco passos, provocando uma sensação estranha de fraqueza que dominando todo o meu corpo poderia me desmoronar a qualquer momento.

Confesso que nunca imaginei pudesse existir uma criatura de tanta formosura beleza assim somente a mão de Deus é capaz de produzir. Ela continuava a banhar-se e ao sair das águas ficava a contemplar o luar e aspirar o aroma estonteante que só as flores mas simples são capazes de exalar.

Num momento em que ela parecia distraída como um raio me atirei de braços abertos ao encontro daquele corpo maravilhoso. Pude sentir apenas o ar do seu deslocamento em direção ao rio; de onde, com os seios de fora, me chamava com gestos carinhosos.

Como um louco me arremessei na águas e quando minhas mãos tremulas de emoção seguravam os braços rígidos da cabocla, ela desapareceu para sempre, deixando-me viver até hoje de suas recordações. Muitas e muitas vezes voltei ao local, principalmente em noite de luar, porém nunca mais consegui encontrá-la novamente.

De seus olhos, grossos bagos de lagrimas rolaram. Vendo-o chorar perguntei-lhe o porque; e ele me respondeu que chorava de tristeza. Ao dizer-lhe que não valia a pena, o velho pescador passando a manga de sua camisa sobre os olhos marejados de lagrimas, respondeu: É porque você não pode avaliar, a saudade que ela deixa...no coração da gente.

domingo, 18 de janeiro de 2009

O BOTO VERMELHO - CONTO

rua quintino bocaiva

Rua Quintino Bocaiúva

CONTOS DOS RIOS DA AMAZÔNIA (Titulo Original)

Autor: Lemos, José

No ano de 1957, quando estive no Paraná do Ramos, município de Urucurituba, me foi dada a oportunidade de conhecer mestre Elísio, um morador da região, ótimo carpinteiro e melhor ainda, contador de histórias.

Entre muitas que ouvi, lembro-me de uma relacionada a existência de um boto vermelho (que Jacques Cousteau chamou de cor-de-rosa), velho conhecido de nosso ribeirinhos. Foi assim que mestre Elísio relatou um fato acontecido com o pescador Saturnino Pantoja, que vivia em companhia da mãe e de dois irmãos menores e que após a morte de seu pai ficou sob sua responsabilidade para sustento e guarda da família. Sua mãe sempre o aconselhava para que não pescasse à meia noite, hora, para ela, sagrada como o meio dia, quando até os animais param para descansar. Saturnino nunca obedecia, pois achava ser aquela hora a melhor para pescar, devido o silêncio que sempre acontece no fim da noite e início do novo dia. Seus ouvidos acostumados podiam ouvir o barulho dos peixes se movimentando nas águas, principalmente o maior deles, o pirarucu, que em determinado espaço de tempo vem à tona para respirar e na volta às profundezas do rio faz um movimento brusco com o rabo facilitando ao pescador sua localização e o arremesso da haste em cuja ponta se encaixa o arpão certeiro. Saturnino era um jovem forte e corajoso, incapaz de se intimidar diante de uma situação perigosa que fosse. Não sabia o que era medo.

Certo dia, chegou da roça, já à tardinha, desceu ao porto com a cuia na mão e tomou um banho ligeiro. Jantou na companhia dos seus e foi verificar os apetrechos de pesca, ou seja: haste, arco, flechas, linhas e arpões, matérias indispensáveis à pescaria. Justamente onze horas da noite, embarcou no seu “casco” e dirigiu-se ao local onde sabia que iria encontrar grande quantidade de pescado.

Era agosto, as águas recebiam carinhosamente o sopro da brisa e se movimentavam lentamente, refletindo como um espelho, os raios do luar, transformando o cenário num espetáculo que só a natureza é capaz e um cérebro privilegiado de transformar em palavras a grandiosidade da beleza apresentada pela união: brisa, água e luar. Infelizmente não é o meu caso. Voltando ao nosso personagem que atônito como que lhe era dado observar, esqueceu momentaneamente o porquê de sua presença no local.

Exatamente à meia noite, começou a movimentar sua “montaria” em busca de um local para descer a poita e esperar o aparecimento do primeiro peixe a ser atingido por seu arpão. Não demorou muito a perceber um barulho e movimento estranho na água, como se algo estivesse alertando os peixes do perigo iminente e os levando para outra direção. Saturnino atentou uns minutos e entendeu a causa de tudo. Era a presença de um grande boto vermelho que por verias vezes atingiu o caso de sua frágil embarcação, pondo em risco a estabilidade da mesma.

Sem pensar duas vezes, empunhou sua haste e num movimento rápido atingiu com o arpão o dorso do intruso, que ferido gravemente se pôs a debater nas águas provocando um barulho infernal, ao mesmo tempo em que um silvo pavoroso cruzou os ares e imediatamente apareceram dezenas de botos vindos em socorro do chefe. Saturnino sentiu uma espécie de topor que o fez adormecer de pronto. Tempos depois despertou no xadrez de uma delegacia, cercado de soldados, todos fardados de vermelho. Foi levado á presença do subdelegado para ser submetido a interrogatório sobre o crime cometido contra autoridade policial.

Sem ainda entender o que estava acontecendo, foi levado a uma sala, onde viu em cima de uma mesa, coberto com um lençol branco um corpo bastante volumoso e quase inerte. Ao lhe ser mostrada a vítima, recebeu o ultimato de salvá-la ou ter que ficar preso para sempre. Um suor frio desceu do seu rosto em bica pelo corpo todo, parecendo ter saído da água naquele momento. Grande foi sua surpresa ao verificar que seu paciente era nada mais, nada menos que o boto horas antes arpoado por ele. Pondo em prática seus conhecimentos retirou o arpão alojado no corpanzil do “delegado”. Voltando à presença da autoridade de plantão, ficou sabendo que havia cometido um crime contra a pessoa de maior autoridade policial local, que em serviço fazia a ronda no lago onde aconteceu o fato antes narrado. Foi aconselhado a não repetir o delito, o que prometeu sob juramente, na presença de todos os policiais.

Passado pouco tempo, como a acordar de um sono agitado, Saturnino se viu dentro de sua embarcação, porém muito distante de sua casa. Mesmo sendo grande conhecedor da região não pôde de primeira, entender onde estava. Aos poucos foi se orientando até conseguir a direção correta. Chegando em casa já bem tarde onde seus familiares o esperavam alvoroçados, como pressentimento que Saturnino tinha tido o mesmo fim do pai, morto em uma pescaria. Todos ficaram felizes e Saturnino nunca mais foi à pesca no horário que lhe era comum. Passou a pescar sempre muito antes da meia noite como aconselhava sua mãe.

sábado, 10 de janeiro de 2009

COMUNIDADE SÃO JOSÉ DA COLÔNIA DO PIQUIÁ

Cópia (2) de old photos 018
Igreja de São José e o Centro Social / Nova Igreja. Foto outubro de 201
A comunidade São José da colônia do Piquiá situa-se ao norte da cidade de Itacoatiara, no ramal Silva Amazonas, km 05 da estrada AM / 010 km 11, margem direita. Possui uma área de estrada de 10.800km. Nesta área estão localizados 39 lotes de terras tituladas e 32 lotes que são posses.
A colônia São José do Piquiá tem uma população aproximada de 385 habitantes, são 73 famílias residentes na comunidade do Piquiá e uma grande vocação agrícola entre elas o cultivo de mandioca de grande relevância para os comunitários. Segundo Uggé:
A mandioca é um produto básico da alimentação indígena da Amazônia e porque não dizer do caboclo. A origem da mandioca perde-se nos milhares de anos em que a sabedoria indígena conseguiu produzir uma variedade de espécie de mandioca, adaptando-as ao difícil terreno Amazônico. Terreno ácido e arenoso é preservado da erosão pelo equilíbrio cíclico da floresta. Os tubérculos da mandioca são transformados em varias qualidades de alimentos: farinha d’água, tapioca, crueira, biju, tucupi, goma, etc.
Para os índios sateré-maué é tarefa da mulher índia colher, descascar, ralar, espremer com tipiti a mandioca e seca-lá para tirar o ácido letal. Ter farinha é sinal da fartura, segurança, vida e bens para troca. O bem-estar físico e material depende da produção de farinha.
A origem da mandioca é explicada com o mito que conta que “a mandioca foi dada no começo do mundo aos maué em forma de um único pé e esta enorme planta produzia com fartura. Este primeiro pé de mandioca era mulher nova, bonita, mas ela exigia muito cuidado e segredo sobre o valor dela. Tinha um velho que gostava de plantio, ele recebeu a primeira mandioca: um só pé que produzia. Ele ficou tão feliz que foi contar para todos e assim transgrediu ás normas de manter o segredo sobre isso. O castigo foi a volta da primeira mandioca para os pais e o velho teve que fazer roça com muitos pés de mandioca. Até nossos dias contínua a fadiga de derrubar, queimar, plantar, limpar e preparar o terreno para o cultivo e a produção da mandioca. Por isso que se precisa de muitas pessoas para fazer uma roça bonita.
A maior tristeza de uma família indígena é não ter roça com mandioca, ou quando calamidades naturais prejudicam a roça. É orgulho da mulher índia trabalhadora, manter a roça bonita, cuidar da produção. Como o homem indígena realiza a própria atividade na caça, na pesca, conhecendo e convivendo com o mato e o rio, a mulher realiza a atividade na roça, plantios e até com pequenas criações de galinhas, patos, ou outros animais domésticos que identificam o trabalho da mulher e a conotação produtiva dela.
O valor e a estima da mulher indígena passam pela atividade produtiva que ela sabe mostrar. Durante o dia, geralmente as casas nas aldeias estão vazias.
Os índios estão pelo mato, roças ou rios cada qual na própria função e atividade – e o alimento que os acompanha tem que ser ao menos um punhado de farinha de mandioca que se torna misturado com simples água, numa cuia. Isso é chamado de chibé pelo caboclo e pelo índio Uiy (farinha molhada).
O símbolo mais expressivo da pobreza ou carência de uma casa ou família é quando se diz que: “aí nem chibé tem”. Uggé (p. 75,76)
Mulher torrando tapioca.
A comunidade São José do Piquiá no dia 04 de maio de 1992, as 9:00h no centro social da comunidade teve seu nome alterado para comunidade São José da colônia do Piquiá em virtude da fundação da associação dos Produtores Rurais da Colônia do Piquiá cujo nome até hoje prevalece. Mas tudo começou no ano de 1972, quando surgiu o primeiro Sindicato de Trabalhadores Rurais, no Estado do Amazonas. Reconhecido pelo Ministério do Trabalho e Previdência Social, conforme Carta Sindical datada de 09 de maio de 1973, assinada pelo Ministro General Julio Barata. Itacoatiara foi o primeiro município a ser instalado a sede do Sindicato dos Trabalhadores Rurais.
Teve como Presidente provisório o Sr. Joaquim Reis, logo depois passou a assumir de forma efetiva, durante dois anos.
Nessa época os trabalhadores rurais moravam e trabalhavam na “fazenda Poranga”. Com o passar do tempo os trabalhadores foram despejados dessa área, como eram sócios do Sindicato Rural os mesmos moveram uma ação na justiça incentivada pelo Presidente do Sindicato Sr. Joaquim Reis contra o dono da “Fazenda Poranga” Sr. Francisco Costa.
Com esse movimento (ação na justiça) o Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais foi acusado de incentivar os trabalhadores a praticarem a subversão. Por esse motivo, foi expedido um mandato de prisão pelo juiz Dr. Walfrido Hermida Maia da comarca de Itacoatiara. Mas com a união dos trabalhadores a prisão do sindicalista Joaquim Reis foi relaxada e juntamente com seus companheiros (trabalhadores rurais) foi à procura do Prefeito Municipal Sr. Jurandir Pereira da Costa e falaram dos seus problemas. O Prefeito sensibilizado com a questão liberou de forma verbal a área onde hoje é chamada colônia do Piquiá. Por que de forma verbal? Pois, sendo no período da ditadura e um prefeito experiente jamais daria aos trabalhadores rurais qualquer documento que se compromete com os mesmos, pois naquele momento da historia os trabalhadores rurais eram considerados subversivos e não ficava bem se indispor politicamente com o governador ou com os militares que governavam o país naquele conturbado período de perseguições políticas. No entanto, surgem novos problemas, transporte e donos da terra.
O Presidente do Sindicato Rural resolveu fazer um apelo (convite) ao secretário de Produção Rural do Estado do Amazonas o Sr. Pedro Conaldo para que viesse até Itacoatiara e dirigir-se a colônia do Piquiá.
O Presidente do Sindicato Rural Sr. Joaquim Reis reuniu todos os trabalhadores que receberam o secretário de Produção Rural do Amazonas com uma grande recepção. Nessa reunião Joaquim Reis deu abertura e falou a respeito dos problemas que vinham enfrentando, sobre as terras. Passou a palavra ao secretário, Pedro Conaldo que falou da união dos Trabalhadores em seguida chamou o engenheiro Dr. Johnson e disse; “demarque todas as terras dos trabalhadores, só respeite títulos definitivos se o dono estiver em cima, se não passe e deixe o resto comigo”. E assim foi feita a demarcação das terras, sendo 39 lotes de terra entregue a seus donos.
O primeiro nome dado a essa área foi colônia Agrícola do Piquiá. Seus primeiros moradores foram o Sr. Raimundo Gabino Mendonça e esposa Raimunda Fróes de Mendonça.
Em 1976, foi dado o nome de comunidade São José, por causa de seu Padroeiro. Todo o ano festejado no dia 19 de março.
Mais tarde no ano de 1992, passou-se a ser chamada comunidade São José da colônia do Piquiá, que tem como sigla APRUCOPI (associação dos produtores rurais da colônia do Piquiá).
Seus três primeiros Presidentes por ordem foram:
.Joaquim Reis
· Ferdinando de Souza Reis (Nandinho
. Erminio da Silva
A duração do mandato de cada Presidente é de dois anos. Atualmente a comunidade é dirigida pelo Sr. Lazaro Matos que terá o seu mandato até o dia 03 de março de 2005. Onde será feita nova eleição para a escolha de um novo Presidente. Eleição feita no mês de fevereiro de 2005 novamente a comunidade será administrada pelo Sr. Lazaro Matos que se reelegeu e tomou posse no dia 06 de março para mais um biênio frente à comunidade São José da colônia do Piquiá.

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Inauguração da Escola Gonzaga Pinheiro.
A comunidade possui duas escolas de 1° a 4ª e de 5ª a 8ª série, sendo uma escola de alvenaria e outra de madeira. Administrada pela secretária de educação do Município de Itacoatiara. A primeira escola da comunidade foi à escola primária que levou o “nome” de Escola da estrada do Piquiá, foi construída no ano de 1975 e teve suas atividades com 30 alunos era um barracão de madeira feito pelos próprios comunitários. O prefeito da época era o Sr. Jurandir Pereira da Costa e a secretária municipal de Educação a Sra. Constância de Paiva. 3 anos depois 1978 foi construída a primeira escola de alvenaria Coronel Gonzaga Pinheiro com uma (1) sala de aula, um (1) deposito e um (1) pátio já na administração do prefeito Chible Calil Abrahim. Hoje a comunidade já conta com professores locais e com nível superior. Em 19 de fevereiro de 2005 é inaugurada pelo prefeito Mamud Amed Filho e pelo secretário de Educação do Município de Itacoatiara, Sr. Raimundo Jeodá uma nova escola em alvenaria com instalações bem maiores e melhores que a primeira, mas tendo o mesmo nome, ou seja, Coronel Gonzaga, que estará abrigando um número bem maior de alunos. A antiga escola provavelmente se torne um anexo, pois não foi demolida nem reformada pela atual administração Municipal.
Uma igreja católica que junto com a Pastoral da Criança realiza excelente trabalho com os comunitários. A Pastoral da criança representada pelas lideres voluntárias Maria Paula de Oliveira Matos e Marlene Ferreira Reis tem como missão fazer o acompanhamento das gestantes e das crianças visitando as famílias da comunidade e encaminhando para o serviço de saúde para começar a fazer o pré-natal das mulheres que estão grávidas. Para as duas lideres no pré-natal é possível “descobrir e tratar algumas doenças que prejudicam a gestante e o bebê”. Outras funções são:

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Crianças da Comunidade.
· Preparação para a amamentação. O sucesso da amamentação depende de vários fatores. Mas o principal é à vontade da mulher amamentar.
Avaliar o estado nutricional da gestante. É preciso verificar, a cada mês, se a gestante está desnutrida. A desnutrição da gestante a prejudica e o desenvolvimento do bebê.
· Orientar sobre higiene. É importante que na gravidez a mulher continue se cuidando e se achando bonita. Isso é bom para a sua auto-estima.
· Alertar sobre riscos na gravidez. A mulher que fuma, usa drogas, álcool ou toma certos medicamentos durante a gravidez prejudica a sua saúde e o desenvolvimento do bebê. Para a Dra. Zilda Arns Neumann (2005 p. 03).
A Pastoral da criança já nasceu ecumênica, em setembro de 1983, no projeto piloto em Florestópolis, pertencente à Arquidiocese de Londrina, Paraná. Ao longo do seu caminho continuou fiel: acompanha 83.993 gestantes, 1.815.572 crianças menores de seis anos e suas famílias, independente de religião, raça ou partido político, e se alegra com a participação de lideres comunitários e coordenadores, vindos de outras Igrejas Cristãs. Desde o inicio, teve a preocupação não só de reduzir a mortalidade infantil e a desnutrição, mas também de promover a paz nas famílias e comunidades, pelas atitudes de solidariedades e a partilha do saber a todas as famílias.

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Casal de idosos da Comunidade.
Quando participei da Reunião de Cúpula da ONU, em maio de 2002, como representante oficial do Brasil, a conclusão dos 180 países presentes foi que para construir a paz é preciso começar com a criança desde a gestação; os primeiros anos de vida são os principais para que a criança adquira valores culturais e se transforme em semente de Paz
A proposta da Reunião da ONU foi que se promovesse o desenvolvimento físico, social, mental, espiritual e cognitivo da criança desde o período da gestação até os seis anos, continuando depois nas escolas, com a recomendação de exercícios de matemática e outros que fortalecessem o raciocínio da criança e do adolescente.
A Igreja realiza ainda no dia 19 de março a maior festa da comunidade a que é dedicada a São José, Padroeiro da comunidade. Neste ano de 2005 será realizada no dia 02 de abril, devido à semana santa. No mês de dezembro acontece o novenário a São José.
Um centro social onde é realizado o festejo social e cultural com:

Centro Social. Foto Outubro 2010
Festas juninas
Festa do dia da Páscoa
Festa ao dia das mães e dos pais
Festas das crianças entre outras.
Em 1990 a comunidade contava com um Boi-Bumbá chamado Pai do campo criado aos 25 de abril do mesmo ano por um grupo de pessoas que se identificavam com a brincadeira do Boi, e sob a coordenação do senhor Izaias Dácio Rosas e demais participantes, resolveram dar inicio aos ensaios no dia 05 de maio do corrente ano, com recrutamento de mais brincantes e musicas características dos grandes Bumbas. As cores predominantes eram o verde e o amarelo.

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Professoras entrevistando um comunitário.
Sob a batuta do senhor Isaias Dácio Ramos, participou do X - Festival Folclórico de Itacoatiara, realizado na quadra de esportes Herculano de Castro e Costa, em 1991 voltou novamente ao XI – Festival Folclórico de Itacoatiara também realizado na quadra de esportes Herculano de Castro e Costa. Em 1992 o Festival Folclórico de Itacoatiara foi realizado na área cultural, montada nas proximidades da CEAM (centrais elétricas do Amazonas) na Avenida Torquato Tapajós, onde hoje se encontra o fórum de justiça de Itacoatiara e a Escola Estadual João Valério de Oliveira (GM3), nesse ano o Boi-Bumbá Pai do Campo apresentou movimentos da cabeça, orelha e rabo, apresentou-se com 95 brincantes com destaques para a rainha do boi a jovem ? ? ? ? ? ? com o traje de guerreira das Amazonas, confeccionado com tecedura de tear, sementes e caroços de seringa, patoá, bacaba, açaí, inajá, plumas e penas de galinha. Em 1993, o Pai do Campo participou do XIII – Festival Folclórico de Itacoatiara, na quadra Herculano de Castro e Costa, tendo como destaques o tirador de toadas – Eliezer Fernandes um dos maiores incentivadores dos festivais folclóricos de Itacoatiara tendo participado de vários, como: Boi bumba garantido e os marujos que durante muitos anos dançava nas casas juntamente com seus participantes hoje já não o fazendo por falta de apoio das autoridades e até mesmo por desconhecerem uma cultura que surgiu na época dos escravos e que ao longo dos tempos foi desaparecendo. No ano de 1992 no boi bumba “Pai do Campo” criou algumas toadas como estas:
TITULO:
Colônia do Piqui
Boa noite Itacoatiara
Pai do campo chegoVeio brincar na cidade
Veio mostrar seu valor
Da colônia do Piquiá
Trazendo paz e amor
Titulo:
Minha toada
Eu vim aqui para cantar minha toada
E vim brincar com minha rapaziada
E as minhas raízes
A minha tradição
E o boi “Pai do Campo”
A alegria do povão
Marcha da rainha do Boi Bumba “Pai do Campo”
A rainha do boi “pai do campo” chegou
Veio aqui para sua beleza mostrar
Nossa rainha desfila neste tablado
Nosso povo educado, veio aqui lhe apóia
Nossa rainha veio mostrar sua beleza
Como é bela a natureza com a sua criação
Nossa rainha veste o verde e amarelo
Do nosso Brasil tão belo
A nossa grande nação
Com o termino do boi bumba “pai do campo” ficaram toadas inéditas como essa;
Sem titulo
Peço licença do povo
Deixe o meu boi passar
É o boi pai do campo

Que acabou de chegar

É o garrote famoso
O verdadeiro bumba

Que veio mostrar na cidade

A tradição do lugar

Sem titulo
Balanceia boi

Boi balancear

É o festão do povo

Todo mundo vem brincar

Balanceia boi

Boi balancear

A nossa moda é esta

E ninguém pode mudar.
Outro destaque foi a rainha do boi a jovem ? ? ? ? ? ? que se apresentou vestida de Boiadeiro. No mesmo ano apresenta-se na Praça de Nazaré no I – Ita – Folclore, em homenagem ao dia do folclore no dia 22 de agosto. No dia 27 de junho de 1994, no XIV Festival Folclore de Itacoatiara o Pai do Campo faria sua apresentação com 100 brincantes, mas os responsáveis pelo festival não mandaram transporte para busca os brincantes na comunidade São José do Piquiá isso gera uma confusão e a partir dai o Boi-Bumba Pai do Campo afasta-se dos festivais e desaparece para tristeza de muitos apreciadores do boi tradicional bem ao contrario dos atuais bois carnavalescos.

Uma fabrica de farinha mecanizada onde acontece o beneficiamento da mandioca e seus derivados. Todos os comunitários têm direito de usar a fabrica pagando uma taxa de 10% na produção referente a tudo que for produzido pelo comunitário. Ainda é possível encontrar fornos antigos sendo utilizados por algumas pessoas da comunidade São José da colônia do Piquiá.

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Comunitária preparando um forno de barro.

Dentre os produtos mais extraídos da mandioca encontra-se a farinha comum (amarela), a farinha de tapioca, goma e tucupi. A farinha de tapioca não é valorizada como deveria ser pela comunidade, pois, é mais cara que a farinha comum, sendo vendida nas feiras e mercados ao valor de R$ 2,00 o litro enquanto a farinha comum, é vendida a R$ 1,50 o litro, outro produto e a goma que tem seu preço em torno de R$ 1.00 o litro o tucupi é o mais barato custa em torno de R$ 0.50 o litro. Sendo assim, a secretaria de abastecimento do município de Itacoatiara ou o IDAM (instituto de desenvolvimento do Amazonas) poderiam prestar informações aos comunitários como os mesmos poderiam explorar os recursos provenientes da mandioca agregando valores e qualidade naquilo que é produzido para a comunidade e consumidores da cidade de Itacoatiara.

A comunidade conta com uma agente de saúde que empresta seus serviços aos comunitários a Sra. Raimunda Nunes de Oliveira, atendente de enfermagem. Há 12 anos morando na comunidade São José da colônia do Piquiá, se reporta que as doenças mais comuns na localidade vêm a ser: febre, diarréia, vomito e alguns casos raros de malária. Com relação as outras doenças supra citadas o tratamento é feito com chazinho e soro caseiro, pois a comunidade não conta com uma farmácia e sim com um kit de primeiros socorros, nos casos mais graves é acionado o hospital municipal de Itacoatiara que manda uma ambulância pegar o paciente. Para a Sra. Raimunda Oliveira as condições de saúde da comunidade São José da Colônia do Piquiá são ótimas.

Para a Professora Cilene Souza Reis com 30 anos na comunidade São José da colônia do Piquiá, explica que o maior problema é a “destruição do Meio Ambiente”, trabalhos de sensibilização junto aos alunos são feitos, mas ainda não surtiram o efeito desejado. “espero que meus alunos possam mudar de comportamento e de seus pais em relação à conservação e preservação do meio ambiente”. Segundo os PCN’s (1998 p.190)


Destruição do Patromônio. Foto outubro 2010
Nesse sentido, o ensino deve ser organizado de forma a proporcionar oportunidades para que os alunos possam utilizar o conhecimento sobre Meio Ambiente para compreender a sua realidade e atuar nela, por meio do exercício da participação em diferentes instâncias: nas atividades dentro da própria escola e nos movimentos da comunidade. É essencial resgatar os vínculos individuais e coletivos com o espaço em que os alunos vivem para que se construam essas iniciativas, essa mobilização e envolvimento para solucionar problemas.

É possível promover o desenvolvimento da sensibilidade, chamando a atenção para as inúmeras soluções simples e engenhosas que as formas de vida encontram para sobreviver, inclusive para seus aspectos estéticos, provocando um pouco o lado da curiosidade que todos têm; observando e valorizando as iniciativas dos alunos de interagir de modo criativo e construtivo com os elementos do meio ambiente. Isso acontece quando, por exemplo, os alunos descobrem sons nos objetos do ambiente, expressam sua emoção por meio da pintura, poesia, ou fabricam brinquedos com sucatas, observam e interferem no caminho das formigas, descobrem marcos de paisagem entre a casa e a escola, ou ainda utilizam/inventam receitas para aproveitamento de sobras de alimentos.

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Antigo forno de torrar farinha.

Com relação ao Instituto de Desenvolvimento do Amazonas (IDAM) não tem prestado assistência técnica.

Segundo o funcionário e técnico do IDAM (Instituto de Desenvolvimento do Amazonas) o problema da comunidade São José da Colônia do Piquiá é a seguinte. Vários projetos foram executados na comunidade tais como: plantio de seringueira, plantio de cupuaçu, laranjeiras e a fabrica de farinha. Todos esses projetos foram abandonados pelos comunitários, conflitos internos fizeram com quem muitos desses projetos não fossem concluídos ou ficassem inacabados como é o caso da fabrica de farinha, que tinha como objetivo principal o empacotamento e distribuição da farinha e com isso agregaria valores e qualidade ao produto derivado da mandioca. Esse conflito levou até a separação, ou seja, um grupo de comunitários inconformados se separou para formar uma nova comunidade. “ O atraso da comunidade se deve a política, eles são dependentes da prefeitura e de políticos que só vão à comunidade pedir voto em nada contribuindo para o desenvolvimento dos comunitários”.

A comunidade que surgiu com os dissidentes foi à comunidade São Sebastião situada no Km 010 do ramal Silva Amazonas, foi fundada no ano de 1999. Hoje no ano de 2005 conta com 12 famílias.

Faz-se necessário trabalhar a Educação Ambiental não formal com a finalidade de despertar nos comunitários o interesse de explorar o meio ambiente de forma correta (sustentável) com o menor nível de impacto possível.

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Professores(as) com os comunitários.

Para o Sr. Antônio Costa irmão de um grande fazendeiro na comunidade São José da colônia do Piquiá e responsável pela fazenda vovó Zoeth uma das mais bonitas da comunidade e que emprega mão de obra local tem em suas terras uma grande área de plantas cítricas, entre elas destaca-se a laranja, limão e tangerina todas bem cuidadas e tendo na mesma proporção outras espécies como: graviola, goiaba, cupuaçu, rambutã e tendo assistência técnica de alguns técnicos da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa da Amazônia) que em visita a Itacoatiara são levados por amigos até a sede da fazenda para visitarem e também darem opinião a respeito do plantio das frutas consociadas. O Sr. Antônio Costa é formado em técnico agrícola e já se colocou a disposição dos comunitários que estejam dispostos à planta frutas cítricas ou não. Isso faria com que algumas pessoas deixassem de ser monocultores de mandioca e estariam tendo oportunidades de diversificar o uso de suas terras.

No ramal Silva Amazonas instalou-se um gaúcho disposto a investir na comunidade São José da Colônia do Piquiá com um projeto de plantio de laranja e açaí e também na produção de mudas cítricas que serão utilizadas no projeto. As mudas de cítricos já estão sendo produzidas e vendidas na cidade de Itacoatiara e brevemente estarão sendo levadas para o estado de Roraima. Gaúcho como é chamado acredita que o futuro está na comunidade São José do Piquiá, “encontrei as condições necessárias para tocar o projeto”.

As casas da comunidade São José da colônia do Piquiá foram construídas de madeiras retiradas do próprio local, com a maioria ainda muito primitiva coberta de palha, mas alguma já recém coberta de brasilit, composta em média de dois cômodos.

Devido aos constantes esforços dos comunitários, conseguiram para a comunidade uma escola de 1ª a 4ª série e 5ª a 8ª série do Ensino Fundamental, um telefone comunitário, uma igreja católica, uma sede (onde são realizadas as reuniões e festas da comunidade) um campo de futebol, uma casa comunitária de farinha

O desenvolvimento da comunidade está agregado ao plantio da mandioca e do produto manufaturado (farinha, tapioca, beiju, goma, tucupi). O preparo da farinha de mandioca é tarefa demorada. Para wagley (1988: 84-5).

Usam-se as duas espécies de mandioca para fazer farinha: a variedade doce, não venenosa, e a amarga, ou mandioca “braba”, cujos tubérculos são bem maiores e contem uma alta porcentagem de acido prússico. [...], é esta espécie a mais usada no processo da farinha. Os métodos empregados na fabricação da farinha são, em essência, os mesmos dos índios das tribos Amazônicas. A parte mais trabalhosa é a remoção do liquido venenoso, que se faz de duas maneiras: na primeira, depois de descascar o tubérculo, é o mesmo passado em um ralador de mão ou no caititu, ralo cilíndrico movido por dois volantes de tração manual. Depois extrai-se o suco dessa polpa ralada. Uma cesta cilíndrica, chamada tipiti, usado pelos antigos aborígines, é ainda utilizada para esse fim. Coloca-se a polpa dentro desse tubo longo e flexível e, à medida que se estica o tipiti, o liquido vai escorrendo. Ou então remove-se o suco por meio de uma prensa em forma de caixa cuja tampa é empurrada por uma alavanca. Depois de extraído o suco, passa-se a massa por uma peneira a fim de separar as fibras e os grãos mais grossos. Finalmente, torra-se essa massa em uma grande chapa de cobre.

A segunda maneira de se fazer farinha de mandioca difere no método de tratar o tubérculo. Este, em vez de ser ralado, é depositado em um riacho ou qualquer água corrente, durante cerca de quatro dias, até que fique puba, isto é amolecido, quase podre. A casca é assim facilmente retirada, o suco extraído e a massa mole peneirada e torrada.
Fortalecendo de forma preocupante e precária a qualidade de vida dos comunitários do São José da colônia do Piquiá, de acordo com Rivas e Freitas (2002, 161).

É interessante observar que no circuito do mercado a renda monetária auferida não permite ao produtor a compra do mesmo produto vendido, pois parte do valor do produto é apropriado pelos agentes envolvidos na comercialização. Um exemplo bastante representativo dessa situação é a farinha de mandioca, produto básico na alimentação regional.

Na pesquisa de campo foram entrevistados 25 comunitários, sendo 14 homens e 11 mulheres. Dentre as quais encontrou-se 18 comunitários com o 1º grau incompleto, 02 semi-analfabetos, 04 com Ensino Médio e 01 com grau superior pois segundo Samuel Hanan (2001, 39 )
Em pleno século XXI, o mundo, em que pese os avanços tecnológicos, a globalização econômica e a fantástica e instantânea rede de informações e comunicações, ainda registra a tenebrosa marca do atraso e da injustiça social: as existências de cerca de 870 milhões de analfabetos. Gente que não sabe escrever e nem ler o seu próprio nome. Nesse contexto, ser um agente educador e poder contribuir, de forma decisiva, para reduzir o enorme contingente que vive na mais completa e absoluta escuridão, é mais que um privilégio, é uma missão divina. É a educação e não a luz elétrica, o meio capaz de eliminar a mais perversa escuridão, a do olhar e não ver

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Lago próximo da comunidade.

CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA

Nome da comunidade: São José do Piquiá
Localização: À margem direita da rodovia A m 010- Itacoatiara/Manaus no ramal entre o município de Silves e o rio Amazonas. A população residente na comunidade do São José do Piquiá é oriunda de vários municípios do Amazonas, nos quais se encontram agricultores, pecuaristas e estudantes. Como esta demonstrada nas tabelas.
Área: 10.800 Km

População: 68 famílias
Atividade econômica: Agricultura

Atividade social: São José

Atividade Cultural: Educação e esporte

CONSTRUÇÃO DE PROPOSTAS PARA A COMUNIDADE DO SÃO JOSÉ DO PIQUIÁ
Diante das análises e dos dados fornecidos pela pesquisa de caso realizada na comunidade do São José do Piquiá. Detectou-se a necessidade de fazer algumas propostas de melhoria para que possa haver um desenvolvimento sustentável dentro dos padrões exigidos pela sociedade e com isto a comunidade tirar proveitos das propostas aqui elencadas.
1. Criação de galinha caipira – observou-se durante a pesquisa caracterizada como estudo de caso na comunidade do São José do Piquiá que não existe a criação de galinha caipira em escala comercial. É sabido que, existe grande procura (aceitação) por parte da população (moradores da cidade de Itacoatiara) de ovos e do próprio animal que é bastante consumido (galinha caipira) que tem valor garantido na comercialização. Outro fator interessante é que é permitido oferecer mandioca a galinhas caipiras como alimento energético, produto existente em larga escala na comunidade do São José do Piquiá. E que segundo Carrijo, Alfredo (2003, 17)

A raiz da mandioca é excelente fonte energética e pode substituir o milho na alimentação das aves desde que observados alguns cuidados. A folha de mandioca também pode ser usada como fonte protéica e para melhorar a coloração da pele das aves. Tanto a raiz como as folhas devem ser trituradas e secas à sombra durante três dias. A secagem permite a volatilização e a eliminação do ácido cianídrico.



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Forno Mecanizado.

Existem limitações nas quantidades administradas. Em aves de até 28 dias, pode-se utilizar mandioca triturada (inclusive a casca) na proporção de 20% da ração. Para recriar e engordar, o limite é de 50% para a raiz e 5% para as folhas. Em todos os casos, complementa-se com milho, sorgo, farelo de soja ou soja integral tostada, além dos suplementos mineral e vitamínico com aminoácidos. É importante adicionar 200 gramas de metionina a cada 100 quilos de ração.

2. Criação de abelhas – é sabido que as abelhas são de grande importância na agricultura. Mais o que se observa é o desaparecimento desses animais pois com o desmatamento e as queimadas que são realizadas para o plantio de mandioca e pastagens. As colméias são destruídas pelo homem por não conhecer técnicas corretas de exploração do mel, da geléia real, cera e própolis. Faz-se necessário firmar convênios com instituições, Ong’s, indústria de fármacos para que haja um melhor aproveitamento dos produtos derivados das abelhas. Desse modo, surgiria os apicultores que explorariam a produção em escala comercial na comunidade do São José do Piquiá. Segundo Marque e Porto (1995, 43-44).

Um dos insetos que mais traz beneficio ao homem é a abelha. Além de produzir o mel, a cera, o própolis e a geléia real, a abelha poliniza as flores, isto é, leva os grãos de pólen de uma flor para outra.

A maioria das plantas é polinizada por abelhas e outros insetos. Sem a polinização não se formariam os frutos, o que causaria graves prejuízos para todo o ciclo vital da maioria das plantas e para a produção agrícola em geral.

3. Reflorestamento das áreas degradadas e a conservação de outras que ainda não foram afetadas, viria recuperar o solo que é perdido, pois desprovido de vegetação, o solo das florestas tem um futuro pouco promissor. A destruição das florestas favorece a erosão principalmente dos sais minerais que as plantas utilizam para a fotossíntese. Para que, que não haja uma desertificação irreversível na comunidade do São José do Piquiá no futuro, há necessidade do plantio de plantas nativas da região e a preservação das existentes, é de conhecimento público que as plantas da Amazônia são de grande importância para as indústria farmacêuticas. Como afirmar Rivas e Freitas (2002, 17)

A indústria farmacêutica é muito mais dependente de produtos naturais do que se imagina. Cerca de um quarto de todas as drogas usadas na medicina são fabricadas diretamente de plantas ou versões modificadas de substâncias encontradas na natureza. Cerca de 121 princípios ativos são derivados de plantas superiores, entre estes a morfina, codeína, quinino, atropina e digitalis. O conhecimento dos povos tradicionais sobre uso de plantas na medicina “caseira” é a principal fonte de informações que os cientistas buscam para facilitar a “descoberta” de novas drogas. Se as florestas tropicais são consideradas bibliotecas da vida, os chamados “povos da floresta” seriam então os seus bibliotecários. Plantas utilizadas na medicina caseira, quando testadas cientificamente, têm 2 a 5 vezes mais chances de apresentar um princípio ativo de interesse econômico do que outras plantas.Portanto as propostas supra citadas são importantes para os moradores da comunidade do São José do Piquiá, beneficiando de projetos e investimentos governamentais e até da iniciativa privada que trariam melhoria econômica, social , política e cultural para a comunidade do São José do Piquiá.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

UMA GAROTA “INOCENTE” – CONTO

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CATEDRAL

Autor: Abreu, Ricardo

Há muitos anos, havia uma família oriunda de Santarém – PA que morava nas proximidades da cidade de Silves - AM.

O patriarca dessa família era Manoel Ventura, todos o conheciam como Ventura, por ser um sujeito bom e prestativo.

Um dia vindo à cidade de Itacoatiara comprar mantimentos e roupas para seus familiares como sempre fazia ao longo de vários anos.

Ventura conheceu uma bela mulher de vida fácil que se destacava pela sua beleza exótica e mãe de uma garota de 16 anos que nunca quis se dedicar aos estudos. Dizia que sua beleza a levaria ao estrelato iria fazer novela das oito.

Com essa paixão inesperada, passou a vir constantemente à cidade de Itacoatiara. Afim de, justificar suas viagens dizia aos familiares que estava tratando de um empréstimo no banco para poder ampliar seus negócios e tratar uma dor de estômago que apareceu rapidamente e que o incomodava.

Dalva pede ao amante da mãe que lhe desse 20,00 reais, pois necessitava com urgência. Dois dias se passaram e um novo pedido, agora são 50,00 reais.

Manoel percebeu que poderia tirar proveito da situação. Chamou a mocinha e lhe prometeu mais dinheiro, pois estava indo ao banco fazer um belo empréstimo.

No dia marcado pelo gerente do banco. Lá se foi o Manoel com todos os documentos exigidos. Confere papel, assinatura, avalista, Serasa, etc.

Depois de 3 horas esperando o gerente retorna a atendê-lo e diz que falta o documento do terreno que seria dado como garantia.

Retornando a casa da amante encontra a bela Dalva sorridente na janela, e pede que ele entre pela porta do lado da casa. Adentrando na casa Ventura sentiu uma forte dor na cabeça que o deixou estendido no chão.

O namorado de Dalva um bandido com uma ficha quilométrica na policia pega a bolsa que ficou caída no assoalho e percebe que não tem dinheiro.

Logo uma pequena discussão é formada, o que faremos agora, pergunta a “inocente mocinha”. O namorado pega uma sandália e dá várias sandalhadas na cúmplice, agora liga para policia e diz que esse otário tentou te agarrar a força e conseguiste escapar dando-lhe uma cacetada na cabeça do infeliz.

Ainda se encontrava zonzo quando a policia deu voz de prisão ao Dom Ruam.

Na delegacia tentava explicar que era inocente e o delegado respondia que ele iria também ao conselho tutelar, pois a garota era menor de idade.

Honorato compadre do Manoel sabendo do ocorrido e conhecedor de Dalva e de seu namorado, pede a filha advogada e que vá tirar o padrinho daquela situação vexatória.

A doutora conversa com o delegado e consegue provar que seu padrinho era inocente, pois tinha caído em uma armadilha arquitetada pelo casal de facínoras.

Chegando a sua casa é recebido como sempre pelos filhos, netos que correm para abraçá-lo e uma esposa fiel e dedicada ao lar. Em seguida, diz a todos que na cidade de Itacoatiara não volta mais, pois cansou de ser enganado pelo gerente do banco que não empresta dinheiro a ninguém e um médico que não descobre a causa da dor de estômago.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

FILHO DE BOTO - CONTO

1495Centro de Saúde da Fundação SESP em Itacoatiara (AM)

Centro de Saúde da fundação SESP ( Serviço de Saúde Pública)

Autor: Lemos, José / Abreu, Ricardo

O boto a noite adormecia o seu Raimundo que é marido de Rosa uma linda mulher de lábio carnudo e de um corpo sedutor, quando vinha na cidade fazer compras desfilava aquela belezura que Deus lhe deu e deixava a macharada toda em pavorosa e desejosos d’aquele corpo que “pertencia” a Raimundo do boto como era mais conhecido na pequena cidade de Itacoatiara encravada a margem esquerda do majestoso rio Amazonas. Nossa história começa no lago Canarana no município de Urucurituba. Raimundo sujeito trabalhador e ciumento, pois tinha se tornado marido da mulher mais bonita da vila de Itapeaçu, para não correr o risco de ser traído pela mulher levou-a consigo para seu sitio que se localizava na cabeceira do Canarana e por lá viveram por três anos felizes e tranqüilos. Mas, és que acontece o inesperado numa tarde tomando banho nas águas calma do lago. Rosa percebeu que um enorme boto vermelho também ali se encontrava e soltava fora d’água como se quisesse chamar atenção. Chamou por Raimundo que roçava uma pequena rebolada de capim logo ali perto. Esse boto esta com um comportamento muito estranho talvez esteja querendo me possuir disse ao marido. Que lhe respondeu te trouxe da cidade para não ser corno e você esta insinuando que vou ser de boto? Boto comigo é no arpão.

Passaram três dias e três noites do acontecido, Raimundo sonhara que estava num leito de hospital e era anestesiado pelo medico chefe, que tinha um rosto estranho mais chamava atenção pela cor da pele bem rosada, toda noite o mesmo sonho.

Rosa também sonhava com um cavalheiro elegante de terno branco e um chapéu do panamá que todas as noites chegava montado num belíssimo cavalo castanho, colocava-a na garoupa e cavalgavam a noite toda em lugares dantes imaginados.

Quando o dia amanhecia, Rosa acordava suada e cansada, o quarto com um cheiro forte de peixe e o assoalho daquela humilde casa coberta com palha da região todo molhado e ficando sem “entender” o que estava acontecendo.

Aquele corpo moreno da cabocla amazônica com cheiro misterioso de mata molhada era consumido pelo elegante cavalheiro de chapéu do panamá.

Rosa sentiu-se grávida e três meses se passam. Quando sente fortes dores a parteira é logo chamada e da seu veredito de anos de experiência em trazer as criancinhas a luz do mundo. Isto não é uma criança compadre Raimundo! É um filho das águas e a comadre Rosa já está em trabalho de parto ponha água para ferve que eu vou prepara a comadre para despejar esse fruto que não é desse nosso mundo. As horas passam lentamente o sol já se punha no horizonte quando nasceu um sirênio de mais ou menos 30 cm de comprimento. O sirênio não sobreviveu vindo a falecer logo em seguida. Era um animal perfeito e bastante rosado.

Raimundo enterrou o animalzinho no fundo do quintal. Comadre maroca terminou seu trabalho de parturiente como era uma senhora de bastante idade avançada mais não demonstrava pela sua agilidade em andar e lucidez no pensar tomou um banho e foi deita-se, mas sem antes receitar para rosa um caldo de galinha caipira de quintal.

La pelas oito horas da noite não foi mais possível dormir naquela pacata localidade, pois apareceu um bando de botos vermelhos e pretos que conversavam entre si numa linguagem indecifrável para simples mortais e que faziam um barulho infernal. Como se estivesse numa festa bem animada aonde os bêbados gritam e falam coisas que ninguém entende e a musica é tão alta que os ouvidos e a cabeça só falta estoura.

Ao amanhecer do dia seguinte, comadre maroca pede ao compadre Raimundo que ele verifique o local que tinha enterrado o botinho o compadre obedecendo às ordens da comadre foi ao local que havia feito o sepultamento.

Qual a sua surpresa o sirênio não mais se encontrava na cova, os botos da noite anterior tinham vindo busca o parente falecido.

O PAU DO RIO - CONTO

Rabeta no amazonas

Rabeta meio de transporte comum nos rio da Amazônia

Autor: Abreu, Ricardo

Essa história foi contada pelo próprio filho do seu Joaquim, num dos muitos encontros que faz com seus amigos na Praça do Relógio sem ponteiro, na cidade de Itacoatiara.

Contava-nos que seu pai era um sertanejo do sertão brabo, sujeito que nunca soube o que foi um banco de escola.

Veio para a Amazônia aos 17 anos no período em que os coronéis donos dos seringais acendiam charutos com notas de cem dólares. Tinha metido na cabeça que faria fortuna trabalhando nos seringais acreanos.

Foi realmente levado, juntamente com uma grande lava de homens para as bandas do Acre. Dessa forma, presenciou muitos companheiros de viagem morrer de malária e de outras doenças que aterrorizavam os seringueiros.

Cabeça chata, como era chamado na localidade Cachoeira da Boa Queda, onde trabalhou por 10 anos extraindo o látex das seringueiras, viu patrão mandar emboscar seringueiro que conseguia com duras penas tirar saldo no final do ano. Coisa rara de acontecer e quando acontecia o seringueiro querendo fugir daquele inferno, partia ao encontro da morte planejada pelo ex-patrão.

Contam as más línguas que o personagem dessa história matou oito capangas e deixou o coronel sangrando que nem porco estrepado em uma peixeira que nunca tirava da cintura e quando o fez, foi para fazer o serviço de fuga do seringal.

O filho Geraldo não confirma e também não nega esta parte da história.

Geraldo nos contou que um dia seu pai comprou um motor na Zona Franca e mandou que ele ficasse tomando conta da máquina enquanto ele, Joaquim, tomava conta do leme. E começaram uma longa viagem de Manaus até a cidade de Manicoré, lá pelas tantas, Geraldo percebeu que o leme não parava de girar fazendo o motor se enrolar que nem cobra, ora ia para a direita ora ia para esquerda, fazendo um estranho ruído nas correntes que prendiam o leme. Incomodado, quis saber o que estava acontecendo.

- Pai, o que está acontecendo?

E o pai responde com ar de autoridade:

- É esse pau aí no rio que não sai da frente do motor.

Geraldo olhou para o pau que navegava acompanhando o barco que seu pai pilotava tão nervosamente. Lá atrás cortando o infinito, uma linda lua nova iluminava um céu estrelado. Fazendo com que, o mastro do barco refletisse nas águas barrentas do rio Solimões.

O BAILARINO ALADO - CONTO

Pôr- do - Sol

Pôr-do-sol na cidade canção.

Autor: Lemos,José

Sempre que ligava a televisão, para assistir noticias do Estado, através do canal Ajuricaba, era comum assistir nos intervalos, o show apresentado por um filhote de socó, que no ritmo da música, dava uma demonstração de um verdadeiro dançarino. Não sabia o porquê do repentino desaparecimento do pássaro até que um dia resolvir fazer uma viagem imaginaria, ao interior do município de Nova Olinda do Norte, precisamente ao lago do cajui, onde encontrei uma família de nordestinos, remanescente dos soldados da borracha, que no tempo da guerra, eram recrutados no Ceara para trabalharem no Amazonas e Acre, na extração do látex da seringueira.

Ainda no seu estado, eram-lhe dito da facilidade de se trabalha na produção da borracha. Para eles era só cortar a árvore e colher a matéria prima já acabada, no ponto de ser vendida ao comprador. Puro engano.

Seu Bonifácio e os filhos, Cícero de dez anos, Sebastião de onze e Zé Mario de doze, vieram em busca do Eldorado prometido.

Chegaram a Manaus no ano de 1942 e depois de poucos dias numa hospedaria, juntamente com os milhares de conterrâneos foram embarcados para os seringais do Acre. Vou deixar de contar o resto da história da família do seu Bonifácio, pois já desviei bastante do assunto “Socó”.

Os três irmãos já mencionados, todos já eram casados e com netos, um dos quais era agora, uma espécie de chefe da casa, ou melhor, da comunidade, pois viviam na mesma propriedade adquirida por eles, logo depois do fim da guerra.

Conversando com o mais novo da turma, o Zezinho, de quinze anos, fiquei sabendo a verdadeira história do nosso personagem. Criado desde pequenino, o pássaro era colocado num varal, bem ao lado de uma janela de onde todos os dias ele ouvia músicas tocadas num velho gramofone, e sempre repetidas, por falta de outros discos de vinil.

Assim o socozinho ia, no afam de se equilibrar no varal, apresentado o seu balé involuntário, um dia um visitante ficou tão impressionado, que resolveu filmar aquela dança que terminou sendo apresentada na televisão.

Gabriel, o dono do pássaro, depois de muita insistência conseguiu autorização do pai para sair em buscar do fujão, que já causava muita saudade em todos da comunidade.

Formada a expedição, composta por três membros da família, Gabriel, Cícero e marcos a fim de levar a bom termo a empreitada. No terceiro dia de viagem, já bem longe do local da partida acamparam sob a sombra de uma grande sumaumeira e lá pernoitaram sem antes combinarem que o dia seguinte seria o ultimo da tentativa para encontra o “filhotinho” de socó desaparecido.

Bem cedo, estavam ainda levantando acampamento quando ouviram não muito longe uma espécie de concerto, formado por cânticos de vários pássaros, todos conhecidos pelos membros da expedição. Logo se aproximaram e qual a surpresa da turma ao verem a frente da orquestra, como um verdadeiro regente, o motivo de toda trabalheira. Um socó imponente e altivo comandava uma turma imensa de pássaros vários, todos perfilados seguiam as instruções do chefe. No final, ensaiaram uma dança tão bem executada que os nossos amigos esqueceram completamente o motivo da viagem. Agora só viam o que estava acontecendo e o porquê da beleza apresentada pala natureza, principalmente àquela hora da manhã.

domingo, 4 de janeiro de 2009

A SARACURA - CONTO

avenida 15 de novembro

Avenida 15 de Novembro

Autor: Lemos, José / Abreu, Ricardo

Aconteceu no alto seringal de Beira Alta no estado do Acre. Um rapaz boa pinta, conversa mansa, estilo mineirinho (como é mais conhecido: o come quieto). Vindo recente da cidade de Ouro Preto, estado de Minas Gerais classificada desde 1980 como patrimônio cultural da humanidade pela agência das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO). Sua fundação em 1711 foi resultado da aglutinação, para fins administrativos, de uma série de povoados (arraiais) dedicados ao garimpo do ouro na área da Serra do Itacolomy, processo iniciado em 1698 pelo paulista Antônio Dias de Oliveira.

Mas nós não vamos falar de Ouro Preto, pois de lá o nosso personagem saiu da Serra do Itacolomy por se envolver em uma paixão ardente, com a mulher de um famoso garimpeiro da região, fugindo desembarca no estado do Amazonas e em seguida prosseguir sua viagem para o Estado Acre para trabalhar nos seringais. Chegando à localidade de beira alta, logo se engraçou pela moça mais bela do lugar. Conversa vai conversa vem, acertaram um encontro.

O rapaz diz para a moça de nome Dalva:

- Quando a noite chegar eu vou imitar a saracura lá embaixo da sumaumeira e tu vás ao meu encontro!

Tudo acertado e como prometido o rapaz de nome Miguel começou a imitar o canto da referida ave.

O pai de Dalva, nordestino, recrutado como soldado da borracha diz para a mulher:

- Acende o fogo e coloca água pra ferver que eu vou matar essa saracura para o jantar.

Dalva ouvindo as palavras do pai começou a embalar e cantar com seu irmão mais novo uma canção mais ou menos assim:

“Voa, voa saracura que meu pai que te matar.

Voa, voa saracura que meu pai que te matar.

Voa, voa saracura que meu pai que te matar.

Dizem os moradores da localidade que até hoje o rapaz está embrenhado nas matas acreanas.

A GRANDE SUCURIJU - CONTO

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Este exemplar possui mais de dez metros.

Autor: Abreu, Ricardo

Um dia estando conversando com um velho pescador na escadaria do antigo mercado central. Quando observamos descendo o Rio Amazonas uma pequena ilha sendo levada pela correnteza da estrada Real como é conhecido o Rio Amazonas pela sua importância no transporte fluvial. A cidade é Itacoatiara que fica localizada a margem esquerda do referido rio. O nosso amigo pescador é o seu Raimundo, que começa a conta que conhecia uma localidade no Paranazinho do Ramos onde uma ilha mudava de lugar, indo de um lado a outro do rio, sempre em dia de temporal forte. Seu Raimundo sujeito sério um cearense queimado de sol de anos de labuta na proa de uma canoa, humilde e honrado criou seus oitos filhos com muita dificuldade. No entanto, hoje se orgulha e diz com muita alegria meus filhos são doutores, Professores e comerciante o mais moço na cidade de Manaus. Mas vamos voltar à ilha do Paranazinho do Ramos. Pois é, diz o velho pescador, como estava dizendo essa ilha se movimenta contra o vento no dia que tem temporal, pois muitos moradores do lugar já presenciaram o fato. Dizem os entendidos que embaixo da ilha tem uma enorme sucuriju com mais de vinte metros e que fica assustada com o vento forte do temporal e é por isso que ela se desloca de uma margem a outra do Paraná. Quando o tempo esta calmo é um ótimo pesqueiro, pois ali se encontra grande variedade de peixes que são atraídos pela bichona, eu mesmo pesquei muitas vezes lá e graças a meu bom Deus nunca aconteceu nada comigo. O senhor nunca teve medo da cobra grande? Seu Raimundo olhar por um instante para a ilha que se afastava ao longe e com a religiosidade que lhe é peculiar responde. Quem com Deus anda com Deus se acha.

O MONSTRO DO LAGO ARARI - CONTO

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Limpeza e construção da orla do rio.

Autor: Abreu, Ricardo

Quando ainda era pequena e morava na fazenda bom futuro no lago do Arari, Alzimara ouvia dos moradores mais velhos historias de cobra grande e seu maior sonho como de qualquer outra criança da sua idade. era presenciar o aparecimento da bichona,naquele belíssimo lago que ficava bem em frente de sua casa pois não acreditava naquelas histórias contadas no terreiro da fazenda nas noites clara de luar. Luar este que dava um efeito especial nas águas do majestoso lago. As curimatãs de arribação que batiam com o rabo nas águas num belo espetáculo da natureza, a mata próxima liberava um perfume suave misterioso e enigmático acompanhado de vários tons musicais de uma orquestra regida por um maestro desconhecido que tinha pleno controle sobre seus comandados naquela maravilhosa noite de uma lua azul que cortava o céu dando a impressão que todos os pássaros noturnos entoavam canções para alguém em especial. Todos que ouviam ficavam calados somente escutando sem entender o que estava acontecendo naquela noite, pois para o caboclo da Amazônia peixes e pássaros são comuns no dia a dia, mas nessa noite não teve a tradicional roda de conversa, ninguém queria perder aqueles trinados vindos do interior da floresta. Na fazenda também morava um grande número de cearenses vindos no período áureo da borracha e quando souberam que os seringais não os fariam ricos como era prometido na propagando de recrutamento nas cidades cearenses resolveram fica na cidade de Manaus não mais se deslocando aos altos seringais do acre e madeira preferindo trabalhar em fazendas próximas a Manaus ou sendo carregador no porto manauense.Seu Joaquim como era chamado o rico fazendeiro nascido nos açores veio muito jovem para o Brasil trazido pelo seu tio Manoel um português desiludido no amor que veio fazer fortuna nas terras de além mar. Comprou bastantes terras na região do rio arari e transformando-as em uma prospera fazenda de gado, mas a malária perseguiu o portuga que se viu obrigado a abandonar o lugar, como não encontrou ninguém disposto a comprar sua propriedade a entregou ao sobrinho e foi morar no rio de Janeiro. Joaquim se tornou o rei do gado do lugar, pois fazenda não havia igual a sua. Seu Joaquim não deixava ninguém tomar banho no lago que ficava bem na frente da sede da fazenda afirmando que era muito perigoso, pois havia visto uma imensa cobra sucuriju que habitava o lugar e que já tinha pegado vários animais da fazenda e pessoas desavisadas que iam banha-se nas águas calma do lago. Mas como havia dito anteriormente os cearenses não acreditavam na história do patrão e tomavam seus banhos alegremente ao por do sol poente naquela imensidão de água coisa nunca vista para eles, pois da terra que vinham não havia fartura de água a seca castigava e matava homens e animais de sede nos sertões nordestinos obrigando-os a deixarem muitas vezes famílias e se deslocarem ao amazonas em busca de fazerem fortuna e se tornarem ricos, mas não era isso que acontecia eram mandados aos seringais e por lá morriam de impaludismo devendo o patrão que cobrava uma fortuna pelo alimento que era consumido no período que o pobre passava cortando as estradas de seringas e quando conseguia juntar algum dinheiro e ia prestar contar com o patrão e que tirava saldo era tocaiado e morto pelos jagunços. E com isso, nunca saiam vivos da localidade. Mas és que um dia um empregado da fazenda de nome Ambrósio chamou meu pai Carlos um sujeito sério, honesto e trabalhador homem de confiança do patrão para presencia um fato que estava acontecendo no lago. Como toda criança curiosa, corri para ver do que se tratava. No lago tinha um animal enorme dos vinte metros ou mais que flutuava na imensidão do lago calmo, sentir também que até as folhas das árvores estavam paradas por falta do vento forte que sempre dava no horário das duas horas da tarde. Aquele animal brilhava como um diamante na luz do sol tinha algo parecido com dois chifres na cabeça, sua cor era de um vermelho suave todos que estavam na fazenda puderam presenciar o acontecido. Só agora depois de vinte anos é que conto esta história, pois antigamente tinha medo e vergonha que as outras pessoas rissem de mim.

PALACETE DO NICANDRO

Nicandro ll
O palacete de linhas clássicas, demolido em fins de 1989. Foi construído no inicio de século por Manoel Nicandro Martins, após arrecadar muito dinheiro no negocio da borracha, no final do século XIX. Contratando mão-de-obra especializada em Abaetetuba-PA, em 1901/1902. Acossado por dividas. Em consequências, levado a leilão em fins de 1913, o prédio foi arrematado por Américo Peixoto. Este, em 1915, vendeu o prédio ao empresário português Oscar Ramos. Em abril de 1963, já pertencendo ao SESI – Serviço Social da Indústria, foi vendido ao judeu Amazonense Moisés Benarrós Israel. Antes, dera abrigo a residência oficiais, clubes dançantes e escolas, além das repartições federais IAN Instituto Agronômico do Norte, INCRA-Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, IBRA-Instituto Brasileiro de Reforma Agrária e INDA-Instituto Nacional de Desenvolvimento Agrário, e a representação do próprio SESI.
Caixa d'água e Nicandro
The small palace of classic lines, demolished in the end of 1989. It was built in I begin him/it of century for Manoel Nicandro Martins, after collecting a lot of money in I negotiate him/it of the eraser, in the end of the century XIX. Hiring skilled labor in Abaetetuba-shovel, in 1901/1902. Pursued for you divide. In consequences, taken the auction in the end of 1913, the building was finished up by Américo Peixoto. This, in 1915, sold the building to the Portuguese entrepreneur Oscar Ramos. In April of 1963, already belonging to SESI–Social Service of the Industry, it was sold to the Jew Amazonense Moisés Benarrós Israel. Before, he/she had given shelter the official residence, clubs dançantes and schools, besides the federal partitions IAN Agronomic Institute of the North, National INCRA-institute of Colonization and land reform, Brazilian IBRA-institute of land reform and National Still-institute of Agrarian Development, and the representation of own SESI.

ESCADARIA MUNICIPAL

escadaria antiga

Escadaria Municipal possuindo 40 degraus. Construída na Administração do Prefeito Isaac Peres, período de 1926/1930. Localizada à rua Cassiano Secundo.

Escadaria Nova

Municipal staircase possessing 40 steps. Built in Mayor Isaac Peres' Administration, period of 1926/1930. Located to the street Cassiano Support.

IGREJA MATRIZ 02

P1000270

Iniciada sua construção no começo da Província do Amazonas em substituição a antiga capela de madeira erguida em 1759. A matriz teve sua construção acelerada em 1854, na administração do Presidente Provincial Herculano Pereira Pena.

P1000269

Initiate his/her construction at the beginning of the Province of Amazon in substitution the old chapel of erect wood in 1759. The head office had his/her accelerated construction in 1854, in the Provincial President's Herculano Pereira administration he/she Grieves.

CONJUNTO DE CASAS

Conjunto de casas

Conjunto de casas antigas, localizadas na rua Saldanha Marinho

Conjunto de casas cv

Group of old houses, located in the street Saldanha Marinho.