domingo, 4 de janeiro de 2009

O MONSTRO DO LAGO ARARI - CONTO

itac12

Limpeza e construção da orla do rio.

Autor: Abreu, Ricardo

Quando ainda era pequena e morava na fazenda bom futuro no lago do Arari, Alzimara ouvia dos moradores mais velhos historias de cobra grande e seu maior sonho como de qualquer outra criança da sua idade. era presenciar o aparecimento da bichona,naquele belíssimo lago que ficava bem em frente de sua casa pois não acreditava naquelas histórias contadas no terreiro da fazenda nas noites clara de luar. Luar este que dava um efeito especial nas águas do majestoso lago. As curimatãs de arribação que batiam com o rabo nas águas num belo espetáculo da natureza, a mata próxima liberava um perfume suave misterioso e enigmático acompanhado de vários tons musicais de uma orquestra regida por um maestro desconhecido que tinha pleno controle sobre seus comandados naquela maravilhosa noite de uma lua azul que cortava o céu dando a impressão que todos os pássaros noturnos entoavam canções para alguém em especial. Todos que ouviam ficavam calados somente escutando sem entender o que estava acontecendo naquela noite, pois para o caboclo da Amazônia peixes e pássaros são comuns no dia a dia, mas nessa noite não teve a tradicional roda de conversa, ninguém queria perder aqueles trinados vindos do interior da floresta. Na fazenda também morava um grande número de cearenses vindos no período áureo da borracha e quando souberam que os seringais não os fariam ricos como era prometido na propagando de recrutamento nas cidades cearenses resolveram fica na cidade de Manaus não mais se deslocando aos altos seringais do acre e madeira preferindo trabalhar em fazendas próximas a Manaus ou sendo carregador no porto manauense.Seu Joaquim como era chamado o rico fazendeiro nascido nos açores veio muito jovem para o Brasil trazido pelo seu tio Manoel um português desiludido no amor que veio fazer fortuna nas terras de além mar. Comprou bastantes terras na região do rio arari e transformando-as em uma prospera fazenda de gado, mas a malária perseguiu o portuga que se viu obrigado a abandonar o lugar, como não encontrou ninguém disposto a comprar sua propriedade a entregou ao sobrinho e foi morar no rio de Janeiro. Joaquim se tornou o rei do gado do lugar, pois fazenda não havia igual a sua. Seu Joaquim não deixava ninguém tomar banho no lago que ficava bem na frente da sede da fazenda afirmando que era muito perigoso, pois havia visto uma imensa cobra sucuriju que habitava o lugar e que já tinha pegado vários animais da fazenda e pessoas desavisadas que iam banha-se nas águas calma do lago. Mas como havia dito anteriormente os cearenses não acreditavam na história do patrão e tomavam seus banhos alegremente ao por do sol poente naquela imensidão de água coisa nunca vista para eles, pois da terra que vinham não havia fartura de água a seca castigava e matava homens e animais de sede nos sertões nordestinos obrigando-os a deixarem muitas vezes famílias e se deslocarem ao amazonas em busca de fazerem fortuna e se tornarem ricos, mas não era isso que acontecia eram mandados aos seringais e por lá morriam de impaludismo devendo o patrão que cobrava uma fortuna pelo alimento que era consumido no período que o pobre passava cortando as estradas de seringas e quando conseguia juntar algum dinheiro e ia prestar contar com o patrão e que tirava saldo era tocaiado e morto pelos jagunços. E com isso, nunca saiam vivos da localidade. Mas és que um dia um empregado da fazenda de nome Ambrósio chamou meu pai Carlos um sujeito sério, honesto e trabalhador homem de confiança do patrão para presencia um fato que estava acontecendo no lago. Como toda criança curiosa, corri para ver do que se tratava. No lago tinha um animal enorme dos vinte metros ou mais que flutuava na imensidão do lago calmo, sentir também que até as folhas das árvores estavam paradas por falta do vento forte que sempre dava no horário das duas horas da tarde. Aquele animal brilhava como um diamante na luz do sol tinha algo parecido com dois chifres na cabeça, sua cor era de um vermelho suave todos que estavam na fazenda puderam presenciar o acontecido. Só agora depois de vinte anos é que conto esta história, pois antigamente tinha medo e vergonha que as outras pessoas rissem de mim.

Nenhum comentário: