domingo, 4 de janeiro de 2009

A GRANDE SUCURIJU - CONTO

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Este exemplar possui mais de dez metros.

Autor: Abreu, Ricardo

Um dia estando conversando com um velho pescador na escadaria do antigo mercado central. Quando observamos descendo o Rio Amazonas uma pequena ilha sendo levada pela correnteza da estrada Real como é conhecido o Rio Amazonas pela sua importância no transporte fluvial. A cidade é Itacoatiara que fica localizada a margem esquerda do referido rio. O nosso amigo pescador é o seu Raimundo, que começa a conta que conhecia uma localidade no Paranazinho do Ramos onde uma ilha mudava de lugar, indo de um lado a outro do rio, sempre em dia de temporal forte. Seu Raimundo sujeito sério um cearense queimado de sol de anos de labuta na proa de uma canoa, humilde e honrado criou seus oitos filhos com muita dificuldade. No entanto, hoje se orgulha e diz com muita alegria meus filhos são doutores, Professores e comerciante o mais moço na cidade de Manaus. Mas vamos voltar à ilha do Paranazinho do Ramos. Pois é, diz o velho pescador, como estava dizendo essa ilha se movimenta contra o vento no dia que tem temporal, pois muitos moradores do lugar já presenciaram o fato. Dizem os entendidos que embaixo da ilha tem uma enorme sucuriju com mais de vinte metros e que fica assustada com o vento forte do temporal e é por isso que ela se desloca de uma margem a outra do Paraná. Quando o tempo esta calmo é um ótimo pesqueiro, pois ali se encontra grande variedade de peixes que são atraídos pela bichona, eu mesmo pesquei muitas vezes lá e graças a meu bom Deus nunca aconteceu nada comigo. O senhor nunca teve medo da cobra grande? Seu Raimundo olhar por um instante para a ilha que se afastava ao longe e com a religiosidade que lhe é peculiar responde. Quem com Deus anda com Deus se acha.

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