terça-feira, 1 de dezembro de 2009

O DONO DO MUNDO


Autor:José Lemos
O pescador preparou sua canoa e convidou seu compadre para uma excursão às proximidades da cidade, a fim de efetivar uma pescaria, a cata de peixe liso, cuja venda já acertada com um certo frigorífico, lhe garantiria as despesas do mês. Tudo nos conformes, ao chegarem num local onde achavam apropriado, lançaram a poita e começaram na labuta costumeira. Linha mágica, não demorou para o primeiro pescado ser visgado e iniciou o trabalho para o embarque. Nesse instante, também surgiu os primeiros raios de sol e localização da embarcação ser revelada. Estavam além do porto da hermasa. A luta para tontear o peixe continuava quando ouviram uma ordem vinda de terra- “você divida esse peixe bem no meio e dê uma banda para este aleijado” esta área toda me pertence.
O pescador, sentindo-se um vassalo, aproveitou as forças que ainda restavam a imbiara, e tratou de glosar a linha de encontro a madeira da canoa, de forma enfraquecer-la e propiciar ao peixe livrar-se daquela situação, na primeira tentativa.
Em seguida, remou em direção ao liso, ou melhor, para o meio do rio, e de lá, gritou para o dono do pedaço: chefe me dê licença de tomar um pouco da sua água.

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