Carlos Alberto Miranda de Souza
Nascido em Itacoatiara, a 28.09.60
Formado em contabilidade/2º grau. obteve o 2º lugar no Festival Estudantil de Poesia de Itacoatiara, com o poema “ANTES QUE SEJA TARDE”.
Participação: I CONPOFAI /86
Poema: “ATÉ QUANDO IRÔ ( Premio de melhor Interprete).
Onde estará o verde que outrora vi?
Não cantam mais as ciganas, os marrecos
E os Bem-te-vis.
Como era lindo tudo isso,
Os maracanãs, os tucanos,
O azul das águas e até o jabuti.
Sem que ninguém o pegasse, matasse e o saboreasse.
Lembro-me a maravilhosa gaivota
A sobrevoar nossas mentes,
Hoje entorpecidas de perguntas,
Todas juntas,
Sem respostas.Por que só nos fazem o mal?
E eu grito, resmungo,
Mas ninguém me escuta.
Por que hoje os Rios não correm?
O peixes Morrem ? o Ar não cheira?
O cheiro de vida e sim de morte,
Que sorte, a minha.
A poluição impera e ninguém faz nada?
Fazem sim, Leis Escritas, Leis Verbais,
Lei Nominais,
Para acabar, Mas continua.
Os Rios não correm, o Peixes morrem, o Ar não cheira
Quando acabará?
Hoje? Amanha? Nunca?
Não sei se viverei para ver.
Como conseguirei chegar até lá…?
Estou com trinta, será que farei cinqüenta ? muito menos
oitenta.
Os Rios não correm, Os peixes morrem, o Ar não cheira,
E a Madeira?
Está acabando.
Eles têm presas,
Trabalham, sábados, domingos
E fazem até promessa,
Pra não chover.
Os Rios não correm, Os peixes morrem, o Ar não cheira
Estou Morrendo.
lll CONPOFAI /88
Poema: “ANTES QUE SEJA TARDE”.
Veja!
Aqui você viveu, quando tudo era lindo.
O sol brilhava…
Assim como a noite chegava,
Rasgando o dia para um novo sol Brilhar.
Hoje!
Você comenta coisas,
Grita, pede resmunga.
Porém nem minhas palavras podem lhe calar.
Você fala,
E sempre fala das coisas boas, que aqui construiu.
Sua mulher, seus filhos e suas Árvores.
Sim! suas Árvores.
Estas, que hoje, já não se vê seu redor.
Veja se quiser, longe,
Muito longe daqui, sem outro por menor.
Antes você vivia sob sua copas,
Por sobre sua cabeça os pássaros Gorjeavam,
A sombra sobre seu corpo pairava.
Hoje, apesar de seus cabelos grisalhos,
Eles já não cantam e sim choram,
Choram numa sinfonia fúnebre.
Sim! Fúnebre.
Porque os pássaros negros voam,
Pairando sobre restos de suas carniças,
Deixadas pelas guerras de terras.
Você está caído,
Porém ainda é tempo de levantar
Você chora,
Mas não precisa chorar.
Levante… vamos, levante…
Ainda é tempo de sorrir, é tempo de viver.
Vá, una-se ao seu povo, só unido você conseguirá,
A união ainda é a maior força
Única forma de restaurar o lar da liberdade,
Que foi destruído pela marreta do ter mais.
Mobilizadora do ódio, da ganância.
da violência… da Morte.
Morte do louro e da Sardinha,
do Homem e da Arara.
Vá, meu irmão.
Ao contrario esta AMAZONIA terá fim,
como o deserto do SAARA.
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