Usina de energia elétrica - 1929
Autora: Celene Fernandes
Nunca quis te contar assim
mas, hoje analisando tudo que
passou, não tenho palavras
melhor para definir-te
ll
Nasci e cresci nas tuas ruas
foram tantas lutas e batalhas
não vencidas, que a cada dia
que chega ao fim, vejo o
quanto é difícil levantar
outra vez.
lll
Lembro da infância inocente
uma vida de sonhos, uma
vontade louca de vencer e a
certeza que um dia “aqui”
seria feliz
lV
Cresci aprendendo a te amar
através das inúmeras declarações
de “amor” que minha mãe fazia
para você
V
Mas…
com o passar dos anos, até o
simples fato de te homenagear foi
ficando sem sentido, é difícil
olhar para trás e ver que ao teu
lado as tristezas superam as
alegrias
Vl
E hoje vivenciando essa terrível
“realidade”, busco desabafar um pouco
para tentar minimizar essa grande
mágoa e dizer-te que vou procurar
uma “terra mãe”
Um comentário:
QUERO DEIXAR NESSE ESPAÇO UMA OBRA QUE FIZ EM HOMENAGEM AOS FILHOS QUE JÁ PERDERAM SEUS PAIS.Elizângela:
VEIA
ESTÁ NA MINHA VEIA
O TEU SANGUE CABOCLO
A HERANÇA BENDITA
DE UM AMOR PROIBIDO
ESCONDERIJO DE DOIS FALÂNCIA DE MUITOS
BOATOS DO POVO
NASCÍ,CRESCÍ,VIVÍ
EIS ME AQUI
PRA FALAR,PRA GRITAR OU CALAR
É O SANGUE E O JEITO
DIZEM QUE É TEU
MAIS NÃO QUERO ASSIM
EU PEÇO DEIXEM EU SER EU
PELO SANGUE DA VEIA
TAMBÉM TE PERDI
SOFRI,CHOREI,GRITEI
MAIS GANHEI
ALGUMAS POUCAS LEMBRANÇAS
MAIS PARECEM MIGALHAS
E TU AINDA DIZIA
EU ORO,REZO E ROGO POR TI
AGORA JÁ SEI NÃO ME VALEU DE NADA
NA HORA QUE EU PRECISAVA
TU FALTAVA E SEMPRE SÓ RESTAVA ESTAR SÓ
COM O SANGUE DA VEIA QUE TAMBÉM É TEU E QUE AGORA SÓ É MEU!
ELIZÂNGELA CONCEIÇÃO CAVALCANTE
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